nobreaks

Aqui está talvez a camada da infraestrutura de tecnologia que talvez seja a mais carente, a que mais vemos aberrações, desperdício de dinheiro e danos graves causados por desconhecimento. Do que adianta você comprar o melhor servidor, investir no melhor ERP do mercado, o banco de dados de última geração se na primeira falha de energia tudo desliga, corrompe e gera um transtorno ainda maior?

Primeiro devemos separar e explicar brevemente os 3 tipos mais comuns de nobreaks:

 

1)    Semi-senoidal (interactive): Nobreak simples, normalmente com baixo fator de potência, onde a onda gerada na falta de energia é quadrada, imitando bem de longe uma senoide. Quando a energia está normal, esta mesma passa direto pelo nobreak e alimenta a carga, ou seja, o inversor do nobreak e sua bateria somente são utilizados no caso a energia sair dos padrões normais estabelecidos.

2)    Senoidal: Bem semelhante ao semi-senoidal, porém a forma de onda é uma senoide, com mais pontos de análise de falhas. Por gerar uma senoide em modo inversor, podemos usar com cargas indutivas, como motores. Ideal para equipamentos com fonte que possuem PFC ativo. Normalmente estes nobreaks possuem um fator de potência um pouco maior que o anterior.

3)    Online Dupla Conversão: Como o nome diz, este equipamento fica em modo inversor o tempo todo, gerando uma senoide para a carga. Não precisa da energia da rede falhar para ele acionar, quando isso ocorre a fonte de energia passa a ser das baterias. Ideal para plotters, servidores, equipamentos médicos, etc.

Outras duas informações básicas e muito importantes que temos que saber sobre nobreaks é diferenciar a potência da autonomia. O que mais vemos são pessoas comprando nobreaks que aguentam uma super carga para se obter uma autonomia (tempo em modo inversor) maior. Potência é a medida em Watts ou VA que vemos nos equipamentos, ela que dita qual inversor deve ser utilizado, por exemplo: Um computador com consumo médio típico de 100W deve estar dentro de uma faixa de potência de um nobreak de 300VA, se este tiver um fator de potência 0,6, então temos uma potência em Watts de 300×0,6=180W que é maior que os 100W do computador, justamente para o circuito aguentar esta potência demanda e sobrar um pouco como margem de segurança. Agora vem a pergunta. Qual a autonomia? Não precisamos comprar um nobreak de 1200VA para segurar uma carga de 100W, e sim comprar um nobreak de 300VA com a bateria com a capacidade certa.

Aí lembramos que temos dois tipos de baterias muito usadas em nobreaks:

·       As seladas: bastante compactas e livre de vazamentos, onde as mais comuns são de 12V x 7AH

·       As estacionárias: parecem de carro, mas são feitas para operarem paradinhas, começam em 12V x 36AH

Então no nosso exemplo, se uma autonomia de 15 minutos for esperada, uma bateria de 12V x 7AH já é suficiente. Caso queira mais, procure com duas baterias de 17AH ou uma de 36AH. Podendo chegar a 2horas de autonomia. A vantagem disso é que o equipamento será mais barato e sua manutenção mais simples e barata também.

Outro erro bastante comum é esquecer da potência de pico de alguns equipamentos. Por exemplo uma impressora laser ou um motor de portão, ambos têm uma potência bem alta por alguns instantes, a impressora quando a fusora é aquecida e o portão quando o motor é acionado e precisa sair da inercia e tocar uma carga que vai exigir uma corrente bem elevada. Portanto lembre-se de levar esta potência em consideração, pois se sua carga exceder a potência nominal do nobreak por um tempo maior que o tolerado, ele desligará ou queimará. Exemplo: em uma impressora laser de escritório a fusora chega a 1000W, então o nobreak correto é 1500VA senoidal, e sua autonomia é inversamente proporcional ao número de aquecimentos da fusora. Recomenda-se com 4 baterias no mínimo.

No quesito (ainda contagiado pelos desfiles de carnaval, rsrsrs) manutenção devemos saber o seguinte:

·       Nobreaks exigem refrigeração assim como servidores, principalmente os nobreaks Online.

·       As baterias também são sensíveis a temperatura, o calor diminui a vida útil e podem causar o estouro do invólucro quando o líquido interno quase ferve.

·       Baterias possuem vida útil, troque-as antes de falhar totalmente e descobrir da pior forma. Em média 2 anos. Podendo chegar a 3 se refrigeradas e/ou pouco acionadas.

·       Nobreaks detestam poeira, principalmente umidade. As duas juntas com minério de ferro (bastante comum aqui na Grande Vitória) é um veneno, é causador da maioria dos curtos nos inversores, depois das mariposas e lagartixas.

·       Manutenção e inspeção periódicos, recomendamos trimestralmente em servidores e semestralmente em estações de trabalho.

·       Inventário e calendário de preventivas.

Casos curiosos sobre gerenciamento preventivo de nobreaks que em 15 anos lidando com dimensionamento e manutenção de nobreaks nos reservaram:

  • Numa grande rede de cinemas onde o nobreak Online de 40KVA e 20 baterias 45AH segura todos os equipamentos audiovisuais, servidores e PDVs. Com menos de 2 anos e todas preventivas certinhas, a gerência não se cuidou em monitorar o equipamento e se importar quando o ar-condicionado da sala onde ele ficava pifou. Como ninguém ficava lá pouco se apressaram para consertar. Isso causou o estouro de várias baterias com derramamento de líquido e oxidação de todo o banco de baterias. Depois da refrigeração restabelecida, nenhuma preventiva foi acionada para o nobreak e a gerencia não sabia o motivo quando faltava energia todas as salas a projeção paravam. Prejuízo enorme financeiro e na imagem, com perdão pelo trocadilho, por total descuido.
  • Numa indústria de vidros que ficava num galpão numa área quase rural, um nobreak online de 5KVA com 12 baterias de 9AH internas e mais 12 de 36AH externas segurava/protegia um equipamento que temperava vidro. O mais importante alí era em caso de falta de energia, os rolos por onde o vidro passava deveriam continuar rodando, por um bom tempo até a temperatura baixar, para não empenar. Caso parassem de rodar ainda quentes, o prejuízo seria enorme pois são feitos de um material extremamente caro. O local do nobreak além de quente, não era fechado. Apenas 3 meses após a instalação o nobreak parou de funcionar, era verão. A temperatura causou a queima da etapa inversora. Cinco meses após a troca, já no inverno, novamente nobreak danificado. Desta vez o famoso BUG foi a causa, mariposas, provavelmente foram atraídas pelo calor do circuito interno do nobreak, entraram no nobreak e novo curto aconteceu. Só depois que o nobreak foi para uma sala refrigerada e protegida dos insetos que o problema foi solucionado definitivamente.

Portanto procurem dar mais atenção ao equipamento que protege toda sua infra, faça manutenção periódica, troque as baterias antes do tempo, proteja-o do calor, da poeira e dos insetos. Consulte um especialista/engenheiro antes de comprar, para o correto dimensionamento e especificação do no-break. A CLS possui um portfólio bem amplo de soluções em energia para a sua empresa.

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